domingo, 13 de setembro de 2009

As Festas Juninas


Céu de estrela sem destino
De beleza sem razão
Tome conta do destino, Xangô
Da beleza e da razão
(...)
Fogo, fogo de artifício
Quero ser sempre o menino
As estrelas deste mundo, Xangô
Ai, São João, Xangô Menino


(São João, Xangô menino – Caetano Veloso)

As Festas Juninas são manifestações com grande participação popular, com um significado profundo, ligado a tradição. Está relacionada à política e à economia regional.
Hoje, a festa assumiu uma feição muito própria. O evento inseriu-se na lógica da sociedade de consumo e faz parte da Indústria Cultural (consequência do nosso sistema capitalista, acendendo a discussão se é ou não Cultura Popular).

Entretanto, constatar e afirmar que a festa junina perdeu o seu caráter rural e o seu estatuto de festa de arraial, com profundos laços identitários com as comunidades rurais ou com determinados bairros tradicionais da cidade do Recife, não resolvemos o problema, é uma discussão quase sem fim, só não podemos esquecer que a cultura rural é a gênese deste movimento (O Ciclo Junino no Nordeste brasileiro).

Vale salientar, que as festas de São João, principalmente com a participação das Quadrilhas Juninas; que é predominante nos bairros de periferia da Cidade do Recife, é típico da região Nordeste, claro que há outros Estados brasileiros que comemoram a festa, até países da Europa, católicos, protestantes e ortodoxos não deixam de festejar no mês de Junho, mas é no Nordeste que a festa traveste de caráter tradicional. Em algumas festas de São João européias são realizadas a fogueira de São João e a celebração de casamentos reais ou encenados, semelhantes ao casamento fictício que é um costume no baile da quadrilha nordestina.

Referência Bibliográfica:

MORIGI, Valdir Jorge. Narrativas do Encantamento: o maior São João do Mundo, mídia e cultura regional. Porto Alegre: Armazém Digital, 2007.


MENEZES NETO, Hugo. O balancê no arraial da capital: quadrilha e tradição no São João do Recife. Recife: Ed. Do autor, 2009.

Vejam uma reportagem de 2007 sobre a Festa Junina:


sábado, 12 de setembro de 2009

EXPOSIÇÃO ITINERANTE "LUA GONZAGA"


A Universidade Católica de Pernambuco promeve de 14 a 18 de setembro a Exposição Intenerante "Lua Gonzaga", exibindo peças que retratam um pouco da história do nosso Rei do Baião. A abertura acontece às 15h. A exposição faz parte do Festival de Primavera da UNICAP.



PERÍODO: 14 a 18 de setembro / 2009
Local: Espaço Receptivo - Bloco G - 1º andar
Horário: das 15h às 21h

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Festival homenageia 100 anos de Mestre Vitalino

EXPOSIÇÃO

Narrativas em Barro: vida e obra de Vitalino Pereira dos Santos - de 20/09 a 30/12

A vida e a obra de Vitalino Pereira dos Santos retratadas em 61 peças feitas por um dos maiores artistas populares do Brasil e que pertencem ao acervo do Museu do Homem do Nordeste. A exposição é dividida em dois grandes módulos: O Homem e O Artista.

Dos caxixis — que fazia para brincar, quando criança, com a mãe louceira e o pai agricultor — à vida adulta, como torcedor do Central, tocador de pífano e pai de seis filhos, os primeiros aprendizes de sua arte. Essa é a temática do primeiro módulo.

No segundo módulo, o visitante terá um panorama de sua obra: como Vitalino criava suas peças, seus instrumentos e as diversas fases que percorreu segundo a divisão proposta pelo antropólogo René Ribeiro, retratando os mais diversos temas, como as festividades no Agreste, as profissões e as cenas do cotidiano vividas pelo próprio artista.



ABERTURA OFICIAL

Dia 20/09/2009, DOMINGO
Programa Família no Museu – Abertura oficial do Festival
Local: Museu do Homem do Nordeste
Horário: das 13h às 18h
Endereço: Avenida 17 de Agosto, 2187 - Casa Forte - Recife/PE




Fonte: Fundação Joaquim Nabuco - http://www.fundaj.gov.br

sábado, 5 de setembro de 2009

Maracatu Rural ou Maracatu de Baque Solto

O Maracatu Rural também conhecido como Maracatu de Baque Solto, de Trombone ou de Orquestra, é hoje uma das manifestações artísticas mais interessantes do carnaval pernambucano. A fusão de outras expressões artísticas populares (provenientes do interior) como o reisado, cavalo-marinho, bumba-meu-boi, caboclinhos, entre outros, com o tempo construiu a identidade do Maracatu Rural. Essa mistura está atrelada ao fato de que nas primeiras décadas do século XX, com a crise do açúcar, muitos engenhos fecharam e os trabalhadores foram obrigados a migrar para os grandes centros urbanos e assim essa grande fusão de ritmos passou a fazer parte das áreas em que os trabalhadores do campo moravam (morros, altos e alagadiços da cidade grande).

Sobre a origem do Maracatu de Baque Solto não existe um consenso, ele pode ter surgido entre o fim do século XIX e início do século XX, sendo no começo uma brincadeira de Cambindas (homens que se vestiam de mulher).

A estrutura do Maracatu de Baque Solto

Dos brinquedos, ou símbolos que compõe o Maracatu Rural, permaneceram as figuras do interior como Mateus, Catirina, a Burrinha, entre outros. O cortejo se completa com as baianas (inserindo a mulher nesse meio cultural), o caboclo arreimá (um personagem que não usa lança, sendo mais um protetor da Corte, uma proteção espiritual) e o mestre (que comanda os versos, um verdadeiro regente). Talvez a principal figura - e a que mais chama atenção - no Maracatu de Baque Solto seja o “Caboclo de Lança” (também conhecido como Caboclo Guiada, Lanceiro ou Guerreiros de Ogum). Com a sua roupa colorida e a sua lança enfeitada com fitas de seda o Caboclo de Lança se apresenta como um verdadeiro guardião do cortejo. Hoje ele é considerado um dos símbolos do carnaval de Pernambuco.
*[Abaixo segue um video mostrando boa parte das figuras que integram o Maracatu Rural.]


Principais Maracatus de Baque Solto

- Maracatu de Baque Solto Cambinda Brasileira - fundado em 05/01/1918 (Nazaré da Mata)
- Maracatu de Baque Solto Cruzeiro do Forte - fundado em 07/09/1929
- Águia de Ouro - fundado em 1933
- Leão da Aldeia - fundado em 1935
- Cambinda Estrela de Paudalho - fundado em 1935
- Estrela da Tarde - fundado em 1942
- Estrela de Ouro - fundado em 1963

Referências:
Prefeitura da Cidade do Recife. Cartilha do Carnaval 2008.
Lima, Claudia M. de Assis Rocha. Site da Fundaj.
Prefeitura da Cidade do Recife. Guia do Folião.